Fragmentos da história do Grande Oriente do Estado de Goiás

    

Os primÓrdios

 

Da fundação da primeira Loja Maçônica em Goiás, a Loja Azilo da Razão, na cidade de Goiás, em 1o. de agosto de 1835, até a década de 30, apenas duas Lojas foram fundadas no Estado: a Loja Paz e Amor III, de Catalão e a Loja Paz e Amor IV, de Ipameri. De 1934 a 1940 foram fundadas mais 9 Lojas.

Coincidiu esse surto de crescimento da maçonaria em Goiás, com a fundação da cidade de Goiânia, que se constituiu, portanto, num divisor na história da maçonaria goiana.

Junto com Goiânia, surgiu a Loja Liberdade e União, em 24 de junho de 1937.

Sendo a primeira Loja da nova Capital e contando entre seus obreiros personalidades influentes na comunidade, comprometidos com o progresso, a Loja Liberdade e União passou, naturalmente, a liderar os movimentos maçônicos da época. Era, quase sempre, por seu intermédio, que as demais Lojas comunicavam-se com o Grande Oriente do Brasil, tornando-se, à época, a principal referência da maçonaria goiana. Como conseqüência dessa natural liderança, foi em suas colunas que primeiro fermentou a idéia da criação do Grande Oriente Estadual.

 

Tentativas e ObstÁculos

 

Os obstáculos para a criação do Grande Oriente do Estado de Goiás não eram poucos. Um dos entraves era a inexistência de três ritos diferentes em Goiás, exigia de nossas leis, à época. Para contornar esse empecilho, a Loja Liberdade e União propiciou, com seus próprios membros, a criação da Loja Ordem e Progresso II, em 1946, trabalhando no Rito Moderno (ou Francês). Com o mesmo propósito, a Loja Asilo da Acácia, fundada em 1948, adotou o rito adonhiramita. Afastado um dos principais óbices, estava aberto o caminho para a criação do Grande Oriente Estadual que, no entanto, se mostraria ainda bastante longo.

De 1948 até 1957, várias reuniões foram realizadas e algumas comissões foram formadas, com o intuito de viabilizar a fundação do Grande Oriente sem, contudo, alcançarem resultados positivos. Mas, após cada reunião e com a soma do trabalho das comissões, alguns passos preciosos eram dados rumo à criação do Oriente Estadual de nossa Potência.

Finalmente, uma reunião realizada em junho de 1957, abriu definitivamente o caminho. Dessa vez, o campo estava bem preparado e a semente foi lançada em solo fértil. Após a reunião de junho de 57, o assunto fervilhou nas Lojas, criando um clima bastante favorável, até que em 26 de outubro de 1957 fez-se a colheita da aspiração de todos, ficando criado o GRANDE ORIENTE DO ESTADO DE GOIÁS, com a presença de representantes das 30 Lojas então existentes no Estado.


Tratado de Mútuo Reconhecimento entre
o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Maç. do Estado de Goiás,
assinado em 07/03/1959 pelos Grão-Mestres Cyro Wernek e Gabriel Elias Neto.
 

Um sÓ comando

 

Nasseri Gabriel foi o grande guerreiro dessa luta. Sem a sua tenacidade e abnegação, certamente o Grande Oriente do Estado de Goiás ainda teria adiada por algum tempo a sua fundação.

Nasseri Gabriel assumiu o comando interino e realizou a primeira eleição, sendo ele próprio eleito como Grão-Mestre e Waltrudes Cunha, como Grão-Mestre Adjunto.

As administrações do Grande Oriente, a partir de Nasseri Gabriel, sugerem um só comando. As luzes que inspiraram os seus fundadores, continuaram a espargir sabedoria e bons fluidos sobre os sucessores do pioneiro. Todos, agindo em uníssono, sem solução de continuidade, deram a sua parcela de trabalho, tornando o Grande Oriente do Estado de Goiás, reconhecidamente, um dos líderes dessa poderosa federação que é o Grande Oriente do Brasil. Foram importantes, não só para a maçonaria goiana como, também, para a maçonaria brasileira.

No período de 4 décadas de sua história, incorporou importantes nomes na história da maçonaria brasileira, para honra e glória de nosso Estado. Dois desses nomes, foram fundamentais para a consolidação do GRANDE ORIENTE DO BRASIL: Osiris Teixeira e Jair Assis Ribeiro. O primeiro, num ato de coragem, fazendo a mudança do Poder Central para Brasília, em sua gestão. O segundo, Grão-Mestre Geral em duas gestões sucessivas, consolidou esta mudança, com a construção do Palácio Maçônico, dotando o Grande Oriente do Brasil de identidade física e material na capital da República, viabilizando o seu crescimento em ritmo acentuado, tornando-o a maior Potência Maçônica da América Latina.


Foto histórica dos irmãos Gabriel, da esquerda para direita:

Gabriel Elias - 3º Grão-Mestre da Grande Loja do Estado de Goiás;
Chafic Gabriel - Grão-Mestre do GOEG  83/87  91/95
Nasseri Gabriel - 1º Grão-Mestre do GOEG

 

Os GrÃo Mestres, em rÁpidos traÇos

 

Não seria possível mostrar, aqui, todo o trabalho dos Grão-Mestres que conduziram o Grande Oriente do Estado de Goiás, desde a sua fundação até os dias atuais. Cada um teve importante participação no crescimento da Ordem Maçônica no Estado, trabalhando com os meios ao seu alcance, passando por épocas difíceis e superando um sem-número de obstáculos. Deve-se ao trabalho desses Irmãos, em 4 décadas de existência, a coesão e a unidade de que desfruta o Grande Oriente do Estado de Goiás e a posição que hoje ocupa no seio da maçonaria brasileira.

 

O primeiro Grão-Mestre, Nasseri Gabriel (59 a 63 - interino de 57 a 59), foi sempre um batalhador, à frente de todas as iniciativas da maçonaria goiana. O seu busto ornamenta a entrada principal do Palácio Maçônico, que tem o seu nome.

 

O seu sucessor, Aryowaldo Tahan (63 a 66), esteve à frente do Grande Oriente numa época política particularmente difícil, quando demonstrou a sua coragem na defesa das questões que julgava justas, como a sua posição contrária à intervenção federal em Goiás.

 

Ascendino Celestino da Silva (66/69) empenhou-se, em seu mandato, em intensa atividade política junto aos governantes, conseguindo com êxito, usando a força da maçonaria goiana, melhorias para a região da Estrada de Ferro, como a implantação definitiva da ligação rodoviária naquela região.

 

Gumercindo Inácio Ferreira (69/72) manteve o Grande Oriente ao largo da tempestade que sobreveio ao AI-5. Agindo segundo nossos princípios, agiu com diplomacia e desenvoltura na condução de problemas políticos que envolviam membros da Ordem.

 

Rubens Carneiro dos Santos (72/75) iniciou a implantação administrativa do GOEG, adquirindo da FAMA a área onde lançou, com a presença do Soberano Grão-Mestre Osmane Vieira Rezende, a pedra fundamental do Palácio. Deu estrutura administrativa ao GOEG, dotando-o de equipamentos, em sua sede provisória cedida pela Loja Ordem e Progresso. Quando, em 1973, as dissidências ameaçavam a sobrevivência da maçonaria brasileira, o Irmão Rubens manteve incólume a unidade do GOEG e a sua fidelidade ao GOB.

Com a unidade conservada, Jair Assis Ribeiro (75/79) iniciou a construção do Palácio Nasseri Gabriel, conseguindo a adesão maciça dos Irmãos, em sua empreitada. Foi o início da arrancada para tornar o Grande Oriente do Estado de Goiás umas das grandes potências maçônicas do Brasil. Jair Assis Ribeiro iria tornar-se também o construtor do Palácio Maçônico, em Brasília, em dois mandatos sucessivos como Grão-Mestre Geral.

Eurípedes Barsanulfo Junqueira (79 a 83), o Grão-Mestre seguinte, manteve-o sabiamente na presidência da comissão de construção, quando foi terminada e inaugurada a obra, fator fundamental no impulso que então tomou o GOEG, em seu crescimento.

A administração seguinte, iniciada por
Ovídio Inácio Ferreira (87 a 90).

João Mendonça Filho (90 a 91), cuidou de preservar o patrimônio, acrescentando-se algumas obras, além da complementação do modelo administrativo.

Chafic Gabriel (83/87 e 91/95) foi Grão-Mestre por dois mandatos. Conciliador e grande negociador, deixou marca indelével no Grande Oriente, mantendo viva a chama dos ideais maçônicos, acesa em 1957 pelo seu irmão consangüíneo Nasseri Gabriel. Numa época de grande inflação, demonstrou habilidade na condução das finanças, permitindo ao seu sucessor governar com tranqüilidade.

José Ricardo Roquette (95/99), declara que a implantação da política social que desenvolveu em sua gestão, só se tornou possível pelo respaldo financeiro recebido da austera administração de Chafic Gabriel. Deu grande impulso às iniciativas na área social, voltadas para o maçom e para a comunidade. Todos os setores da administração foram agilizados, sob todos os aspectos, ocorrendo um desenvolvimento ímpar no crescimento do Grande Oriente do Estado de Goiás, em todas as áreas.

Alcides Luiz de Siqueira (99/03), dentre várias atividades destacamos duas: criou o Projeto Ação Ambiental, que tinha por objetivo a preservação e proteção do meio ambiente; concluiu a terceiro bloco do Palácio Maçônico do Grande Oriente, transferindo com isto a parte administrativa do GOEG, contando com modernas instalações.

Oclécio Pereira de Freitas (2003/07), deu ênfase a padronização da ritualística e consolidou a participação do GOEG junto ao Governo do Estado de Goiás.

Eurípedes Barbosa Nunes (2007/13), maçon agluinador que tinha como um dos lemas "Em Goiás temos duas potências maçônicas regulares (GOEG/GLEG) e uma só maçonaria" Em sua administração houve grande valorização das mulheres com a criação de várias Fraternidades Femininas. Em 2013 foi eleito Grão Mestre Geral Adjunto do GOB, deixando em seu lugar o adjunto Luis Carlos de Castro Coelho.

O Irmão Luis Carlos de Castro Coelho assumiu o grão-mestrado em 2013, ficando sem adjunto até o ano de 2015 quando então foi eleito para o período de 2015 a 2019, tendo como adjunto o Irmão João Batista Machado.

 

 

Fonte: jornal "Voz do Oriente" nº 20 de Setembro/Outubro de 1997, adaptado com as novas alterações.

 

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Abel Tolentino
WebMaster
Atualização 24/04/2023

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